Dupla comemora 10 anos de sucesso com lançamento do DVD gravado no Morro da Urca, um sonho do pai, Toninho do Ouro, que morreu em junho de 2011
César Menotti e Fabiano realizaram um sonho duplo. Gravar um DVD no Rio de Janeiro, onde o sertanejo está ganhando seu espaço e, principalmente, realizar o sonho do pai, Toninho do Ouro, que morreu em junho de 2011, em realizar a produção no Morro da Urca, um dos cartões postais da capital carioca.
O terceiro DVD da carreira da dupla é comemorativo: 10 anos de história. César Menotti e Fabiano Ao vivo no Morro da Urca foi gravado em agosto do ano passado e faz uma passagem pelas canções de sucesso da dupla mineira, além inéditas e gravação de músicas de outros artistas consagrados, como Será, da extinta Legião Urbana.
“Após a gravação do DVD sentimos um alívio, porque conseguimos tudo o que planejamos. Ficamos realizados com o projeto”, disse César Menotti em entrevista por telefone à Contigo! Online. Mas o cantor não escondeu a ansiedade antes da produção.
“Estávamos há dois anos sem lançar nada, aconteceu muita coisa nesse tempo. Era um trabalho de muita responsabilidade. Não tinha como não ficar ansioso”, confessou.
Cidade Maravilhosa
César Menotti e Fabiano foram a primeira dupla sertaneja a gravar um projeto no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. “A gente sempre quis levar a música sertaneja para lugares onde ela não tinha ido. Então tocar no morro é fazer o caminho inverso do que acontece no Rio, que é o único estado em que a música não vem do interior, pelo contrário, o funk desceu o morro e conquistou o Brasil inteiro”, explicou César Menotti.
Apesar de conseguirem fazer a produção para o Morro da Urca, não foi fácil para levar todo o equipamento para a gravação. “Foram seis carretas de equipamento que subiram em um bondinho menor de carga. Fora a burocracia para conseguir a autorização para gravar lá, a preocupação em levar os convidados. Mas no final, tudo deu certo”.
Repertório e participações
As 20 canções que compõe o DVD de César Menotti e Fabiano não fazem apenas uma viagem aos 10 anos de carreira da dupla, mas também da história da vida dos cantores mineiros, que citam o nome do pai, no momento em que pegam o violão e tocam modas de viola clássicas como as do pot-pourri Boiadeiro Errante, O Menino da Porteira e Estrada da Vida. Mas não param por ai: Tocando em Frente e Chalana também entraram na lista, escolhida a dedo por César Menotti e Fabiano em conjunto com o irmão, Fábio, e também com o empresário da dupla.
Canções inéditas também foram uma opção dos cantores. “A gente acreditou muito nas inéditas e, principalmente no momento raiz de música caipira”, disse o cantor.
Quanto às participações, a dupla escolheu uma cantora e uma banda que “fossem a cara do Rio de Janeiro”, como disse César Menotti. Preta Gil, em Amor em Dobro, e Sorriso Maroto, em Tomou de Assalto. “Escrevei a música com o Bruno – vocalista da banda – por e-mail”, contou.
A surpresa ficou pro conta da regravação da música Será: “Ela já estava sendo tocada nos nossos shows, mas as obras do Legião, alguns artistas tem dificuldade de liberação para tocar. Conseguimos e os responsáveis foram muito solícitos com a gente”.
Jorge e Mateus cantaram com César Menotti e Fabiano a romântica Dois Corações: “Nossas histórias se cruzaram em várias situações e conhecemos eles em um dos nossos primeiros shows em Goiânia, quando começamos a sair de Minas Gerais”.
Além de cantar sucessos da carreira, inéditas, com participações especiais, a dupla também levou para o palco sua aposta, o cantor Santorine. “A gente quis trazer ele para o projeto não por ele ser do escritório, mas pela renovação da música sertaneja. A gente já conhecia, ele estava muito comentado nas internet por causa de suas composições. Tanto que Revanche, que gravamos com ele, é assinada pelo Santorine”, explicou.
Importância do pai
Em junho de 2011, César Menotti e Fabiano perderam a maior influência na carreira e na vida da dupla. O pai, Toninho do Ouro, morreu vítima de complicações pós-cirúrgicas, em decorrência de um transplante. “Desde criança, ele já projetava tudo o que a gente está vivendo hoje. Nós fomos a primeira dupla a tocar no Morro da Urca, algo que ele queria e conseguimos. Tudo o que a gente sabe de música, nós aprendemos com ele”, disse César Menotti.
A mãe, Dona Elsi, não deixou de acompanhar cada passo dos filhos nesta produção. “Ela se realizou com a gente”.
Mas César Menotti ainda voltou a falar do pai, quando fez uma reflexão dos 10 anos de carreira da dupla. “Tanta coisa mudou. Eu acho que o principal prêmio nosso, nesses anos todos de dupla, foi ter realizado o sonho do nosso pai e poder ter tido ele presente nos principais momentos da nossa carreira”.
Novo sertanejo
Em meio às últimas declarações do cantor Gusttavo Lima, de que estava cansado com a rotina e a correria da agenda de compromissos, César Menotti disse que a dupla já passou por algo parecido, mas conversaram muito com a família e o acontecido nem foi divulgado. “Já passamos por algo parecido, não posso negar, quando as coisas acontecem muito rápidas na sua vida, administrar isso é difícil. A gente sempre se guardou e a família foi fundamental”, destacou.
Sobre o destaque que o ritmo sertanejo teve nos últimos dois anos, César Menotti, que já assumiu com o irmão, Fabiano, que são cantores “românticos à moda antiga”, acha natural essa mudança. “As coisas vão mudando, para a música sertaneja é algo bom, mas, realmente o que me preocupa é perder a identidade, mas eu estou vendo também que já estão voltando com o romantismo e posso dizer isso pela música Se Fosse Eu, que lançamos antes da gravação do DVD e foi na contramão do que está acontecendo com o sertanejo e teve uma aceitação legal dos fãs”, finalizou.
Fonte: http://contigo.abril.com.br/noticias/sertanejo/cesar-menotti-fabiano-nosso-principal-premio-foi-nosso-pai-estar-presente-nos-principais-momentos-da-nossa-carreira
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