04 junho 2011

"Toninho do Ouro" é Ouro e Ouro sempre brilha...

 Há uns anos atrás César Menotti postou o link de uma matéria que foi feita no Blog do Nilton Costa,uma parte da história de vida de seu pai "Toninho do Ouro" como era conhecido entre amigos pela vida de garimpeiro,e hoje posto aqui 02 capitulos interesantes dessa matéria do Blog,quis dividir com vcs essa matéria na qual traduz a trajetória que teve e a fé e o sonho que tinha de ver seus filhos  cantores profissionais,um pai obstinado a fazer de seus filhos cantores sertanejos.

 

Hoje infelizmente seu Toninho não está mais entre seus filhos,faleceu ontem mais deixou a saudade em muitos amigos,para familia,seus filhos tão amados e no qual ele pode ver e vivenciar seu sonho realizado pois hoje Cesar Menotti e Fabiano estão entre as melhores duplas sertanejas do Brasil.O sonho não acabou porque estehja onde estiver vai agora zelar pela vida e carreira de seus filhos amados.

Descanse em paz...

A saudade será eterna, mas a dor .... vai passar ....

 


 Toninho do Ouro -- “O garimpeiro” Capítulo 1

Uma historia inacabada

Hoje vou contar uma parte da historia da infância de dois irmãos que hoje são uma das maiores revelação de dupla sertaneja do Brasil. Eles estouraram no ano passado, e ate hoje não pararam de fazer sucesso, parece que o fim esta muito distante, como acontece com muitas duplas que aparecem e logo vão embora, eu acredito que por muitos anos nós vamos falar deles.    

Isto por que, conheço muito bem como eles foram criados. Sua mãe muito religiosa passou para eles a base para a formação, não só religiosa como moral, e isto iram ajudá-los nesta nova vida, onde o sucesso é tão bom como também é traiçoeiro, e já temos testemunho que muito artista que alcança o estrelado, e conseqüentemente vem à fartura de dinheiro e outras coisa mais, como mulheres, drogas, bebidas, que acaba prejudicando o artista, ajudando assim a levá-los para o ostracismo, poderei dar mil exemplos se quisesse. Porem tenho certeza que nada disto poderá acontecer com aqueles dois irmãos, graça a seus pais.     
Eu não sei por que, que tem certos pais que projeta um futuro para seus filhos e lutam, e lutam ate conseguir aquilo que projetaram para eles independente de suas vontades, não sabe se isto vem de certa frustração de sua parte, talvez por não tiverem conseguido para si aquele objetivo ou se é que eles têm a capacidade de enxergar nos filhos aquela optidão, que os outros não enxergam, e acreditam neles cegamente e com isto investem na carreira do filho com tamanha ardor que acabam conseguindo para eles oque eles não conseguiu para si. Talvez Freud, explicaria isto melhor que eu.
Assim foi oque aconteceu com seus pais, com os pais da dupla Zezé de Camargo e Luciano, que recentemente foi contado em um filme, onde mostrou a árdua luta de seus pais para lança- los no meio artístico. Eu sou testemunha da luta de seu pai para ensiná-los a cantar, a declamar poesias, em público, tirando assim desde cedo à vergonha, a timidez que é tão natural nas crianças, preparando desde criança no convívio com o palco, com público, e com os aplausos que tirava da platéia. Seu pai não perdia a oportunidade de por os dois a declamar poesias e a cantar quando íamos aos leiloes de Gado, ou nas festinhas que meu pai dava em sua casa.
Conheci Toninho do Ouro, em Roraima quando nos estavas-mos metido na maior “fofoca” termo “garimpesco”, que quer dizer, grande concentração de gente de uma hora para outra.} de ouro da historia brasileira, vocês imaginam uma cidade [{Boa Vista} com cem mil habitantes, de uma hora para outra receber mais cinqüenta mil garimpeiros vindos de toda parte do Brasil? Lá, tudo bem, o fato de ter ocorrido toda a espécie de desequilíbrio entre seus habitantes, como moradia, alimentação, violência, e outras coisa, porem, em Ourilândia onde, esta ocorrendo também, uma “fofoca”, só que não é de ouro e sim de níquel. não deviam existir estes mesmos problemas, mas. Lá, não existia nenhum maestro para orquestrar a bagunça, só que todos comeram do bolo da festa, aqui somente a Vale é que vai se regalar sozinha, com todo este minério, não duvido não, se a sobremesa não será servida de qraça umas boas toneladas de ouro como oferta da casa, tomaram que não se intoxiquem, Neste quesito de planejamento, a “Vale” que me desculpe, simplesmente um fracaço. Seria bom a diretoria assistir mais a nossa festa carnavalesca e convidar seus organizadores para uma palestra,imaginem,que já estas preste a terminar a implantação da obra e ainda não estão prontas as casas que teoricamente iriam morar seus funcionários.É como diz meu amigo britânico,”Vale?, AH”,traduzindo para o bom português ,É uma merda.
Vocês conhecem bem o mapa do Estado de Roraima?Se olharem bem, vocês irão observar na divisa com a Venezuela no lado oeste, a região que é conhecida como “a cabeça do cachorro” dizem, que parece com ele, é justamente ali, que fomos se encontrar, dentro do rio Urariquera, no meio daquela floresta que tinha hora que os garimpeiros não sabiam se estava no Brasil ou na Venezuela. Na única mina d água potável que existia, justamente no barranco do rio. Servíamos desta mina porque o rio já estava todo poluído, pudera mais de mil Bálcãs sugando o leito do rio dia e noite para a estação do ouro e isto tornava a água tão poluída que era impossível você bebê-la e como tempero o azoque [mercúrio] que era usado para separar o ouro das impurezas, ia parar no rio também.
A primeira vês que encostei meu bote, no barranco da mina em meio de mais de vinte barcos, tive que aguardar a minha vês, e nisto me aproximei do barraco para ver se descolava um cafezinho,quando ele apareceu em minha frente e ficou me observando,não sei se olhava mais para mim ou para a minha cozinheira, uma Maranhense  por sinal, muito bonita,para os padrões do garimpo, isto dava um status de riqueza em nosso meio, porem notei que sua curiosidade estava além do traze iro da minha  amiga,tinha alguma coisas a mais que ele queria saber,e não demorou muito para que ele viesse conversar comigo.
-Moço, você poderia me dizer da onde você veio?
-Vim de Goiânia e você?Respondi.
-Vim de Minas. [se não me engano ele falou que veio de Cidade Nova]
” Já pegou algum “ourinho ”?
Estranhei, a maneira como ele perguntou, e a maneira de seu olhar, pareciam que ele queria dizer, que eu seria incapaz de achar ouro, só que naquele rio aonde você apoitase você fazia ouro, pelo menos cem gramas por dia era sagrado, nunca tinha visto um lugar como aquele.
E a prosa foi aumentando, aumentando quando eu vi, ele já sabia tudo de mim, se abusa se até meu time do coração ele já sabia tamanha era a sua curiosidade em relação a minha pessoa,quando chegou a minha vês de encher meu tambor d”água e tive que encerar aquele papo gostoso afinal não era fácil você encontrar naquele meio alguém que tivesse uma conversa mais agradável,só existia garimpeiro, que são pessoas humildes sem muita cultura.
Na hora de ir embora ele perguntou quando eu estaria indo para Boa Vista.
-Toninho, devo ir à semana que vem.
-Ótimo,é a mesma data que eu vou,vamos se encontrar lá, na agencia do Mucuim, certo?
-Certo, respondi, antes de partir me deu uma curiosidade de perguntá-lo, porque ele havia perguntado se eu havia pegado algum “ourinho”. Enfim acabei perguntando.
Respondeu-me.
-Você não é garimpeiro, nunca foi e nunca será. Eu conheço um garimpeiro de longe, Niltinho,quando você desceu do bote eu fiquei observando e perguntei para mim mesmo ,oque será que este cabra estaria fazendo aqui? Ele é um estranho no ninho, pensei, Garimpeiro que você não é, estou certo ou não?
Tive que concordar, afinal eu estava ali curando uma úlcera no meu precioso duodeno. E nada mais, eu queria passar um bom tempo longe de casa, e ali onde eu estava era o lugar perfeito,ali ninguém me acharia,imaginem que fomos os primeiros brancos a andar por aquele rio e floresta, antes de nós apenas os índios ianomâmis tinham andado por lá, volta e meia encontrávamos vestígios deles, como são nômades, e não permanece muito tempo em só local, nunca encontramos aldeia apenas acampamentos abandonados, volta e meia entram pela Venezuela adentro, não tem a noção de divisa entre os dois países.
No dia combinado, encontramo-nos em Boa Vista, não preciso dizer, que foi uma farra, ele tratou de me levar a um comprador de ouro seu amigo, e me apresentou como se fosse seu especial amigo, se eu presizase de alguma coisa era só pedir,e assim a nossa amizade cresceu,sempre estávamos juntos,se eu quisesse arranjar um irmão,ninguém melhor que ele, era tanto a dedicação por mim que eu chequei a pensar que Deus forra bom para comigo,por termos encontrado, e ficarmos amigos, nós sempre dizemos por aqui, que caititu forra do rebanho é comida de onça,pela violência existente na região,sendo assim um protegia o outro.
Certa ocasião fomos conhecer uma cidadezinha próxima de Boa Vista, como o ouro já estava escasseando tínhamos que pensar em baratear nosso vôo, e dali seria vinte e cinco minutos a menos, isto já fazia uma boa diferença.
Chegando lá, fomos para um hotel, na hora do banho, ele tirou vários vidros de remédios repleto de ouro e jogou em cima da cama, e me disse.
-Vou tomar banho Niltinho.
Achei aquilo estranho, imaginem vocês que estávamos sempre rodeados de todo tipo de gente, muitos deles assassinos, por muito pouco estavam matando a gente e meu amigo andando com quase um kilo de ouro no bolso?
Quando ele saiu do banheiro, perguntei?
-Toninho porque você anda com todo este ouro?Você não acha que é muito perigoso para você e para mim?Que estou sempre ao seu lado. E você me mostrando este ouro, ainda?Isto não esta certo, da próxima vez vê se deixa este ouro quardado em algum lugar OK?
Ele sorriu, e me mandou a merda
Pensei comigo, será que ele esta testando a minha lealdade?
Outra ocasião ele me perguntou.
-Vamos para Goiânia? Niltinho.
-Eu não, estou sem o “metal” Toninho, não da não.
-Que nada, vamos dar um jeito nisto, no outro dia ele aparece com duas passagens na mão, ele tinha pagado a minha e a dele, e me exigiu que fosse-mos juntos e que não se preocupasse com a volta. Achei aquilo estranho por mais que a nossa amizade fosse grande, porem não era para tanto, acabei concordando, afinal Deus não tinha me dado um irmão? Este era completo vocês não acham?
Pegamos o Boeing no aeroporto congestionado de Bela Vista, vocês não imaginem as quantas vezes que a Infraero foi obrigada aumentar o pátio de estacionamento, pois todo dia chegava mais e mais aviões mono e bimotores, já devia ter uns trezentos, uma loucura.  Uma das coisas que gostava de fazer era, ira para o aeroporto, no cair da tarde, para assistir a chegada dos aviões vindo dos garimpos, parecia aquela revoada de pato vindo para a lagoa, vocês imaginam o reboliço que era, uma média de cem aviões vindo de uma mesma direção, em uma mesma hora, todo mundo querendo descer no mesmo aeroporto, no mesmo momento? Meus amigos aquilo virou uma zona.
Passando por Manaus, aproveitamos para comprar alguma coisinha na zona franca, naquele tempo era muito diferente de hoje, havia produto do mundo inteiro para você comprar, aquela imensidão de coisas, que você se perdia naquelas lojas, hoje não, você só encontra as coisas fabricadas em Manaus, e nada mais, deixou de ser aquele paraíso.
Descemos em Goiânia, fomos para meu apartamento. Onde apresentei meu novo amigo para minha família, naquele dia Toninho me fez prometer que na volta ele queria conhecer ao resto da minha família que morava em Gurupi, e como tinha interesse de mudar de Minas e eu falava muito dali, que tinha muitas oportunidades, uma região rica, muitos Gaúchos plantando arroz irrigado na região do projeto Formoso, surgiu um interesse enorme de ele conhecer Gurupi. 
Uma semana em Goiânia não foram suficiente para recuperar daquela vida miserável que tínhamos no garimpo, não acredito que exista um lugar mais estranho como aquele, sonhos é oque mais encontramos por lá, é a adrenalina que move o garimpeiro, sonha com tudo, em fazer muito ouro, sonha em ter uma linda Mulher em seu braços, sonha em ser o “bacana” e assim ele vai,quanto mais ouro ele faz mais ele perde,é uma roda viva, enquanto ele não gasta a ultima grama não para de procurar e é nesta procura incansável ele acaba gastando aquilo que ganhou lá trás e compromete aquilo que ele sonha em ganhar lá na frente, enfim, ai vem o “blefo”.
Quando Toninho do ouro voltou de Minas, estava aguardando por ele, na volta iríamos fazer o roteiro diferente, voltaríamos de ônibus ate Belém, e de lá iríamos de barco até Manaus, e no vamente de ônibus até Boa Vista, conhecendo assim o nosso Brasil por cima e por baixo, legal não?
Passando por Gurupi ficamos hospedados na casa de meu pai, e ai apresentei meu amigo a todos, não posso negar, que ele se encantou com a região, com o povo, me prometeu que quando saíssemos de Boa Vista ele iria mudar para Gurupi,tanto que ele achou interessante a região.Partimos para Belém de Ônibus .
Escrito por nilton-costa1943 às 19h34 


Toninho do Ouro -- “O garimpeiro” Capítulo 2

Uma historia inacabada...
Em Belém ,fomos para o cais e observamos que não seria nada agradável a nossa ida de barco,ai vimos o perigo que correm aqueles que são obrigados a usar este tipo de transporte,pela irresponsabilidade de todos envolvidos nesse sistema ,excesso de peso, de passageiros,tornando assim a viagem muito perigosa para aqueles que são obrigados a usá-lo.
Tratamos de garantir a nossa vaga no próximo avião para Manaus,e ai sim, a viagem foi interessante,o tempo estava ótimo, sobrevoamos o rio Amazonas, que maravilha.A grandeza do rio,aquela imensidão de água impressiona qualquer um sem duvida deixa qualquer brasileiro orgulhoso da “sua” Amazônia. Aqui tenho minhas dúvidas.
Em Manaus aconteceu um episódio que me deixou intrigado por muito tempo. Estávamos na praça,perto do famoso teatro Municipal,quando vimos imaginem quem?O Muçum,companheiro do Didi dos trapalhões,ai tiramos uma foto com ele,por sinal achei ele uma simpatia,nos tratou muito bem e quando estávamos preparando para irmos para o hotel,topamos com uma cigana,e ela tentando que eu deixa-se ler minha mão e não querendo,fui grosso com ela e isto irritou meu amigo de tal forma que comecei a imaginar que ele pertencia aquele povo.tamanha foi a sua lealdade para com ela.E todos sabemos da esperteza deste povo em negócios.
Quando Toninho foi comprar as nossas passagem na rodoviária,sabendo que aquela viagem seria uma barra,e ele não abria mão de ir de ônibus, eu queria ir de avião, tratou de comprar para mim e para ele quatro acentos, isto para irmos mais confortável e graças a Deus foi uma grande idéia. A viagem foi um suplício.Só vi terra ruim,pobreza,e muita reserva indígena.
Quando chegamos a Boa Vista estava quebrado levei uns dois dias para recuperar,nunca mais,irmão, entro numa aventura dessa.
De volta a nossa rotina de Garimpeiro,sentimos que a coisa só ia piorando,Collor havia ganhado para presidente,a "garimperada" votou em peso nele,foi triste ver ele homologar a área indígena dos ianomâmis se não me engano uma área de sete milhões de hectares foi para o brejo, justamente a área em que garimpávamos,nunca vi uma área tão rica em minérios como aquela,algum dia deste alguém ira mudar a lei, para garantir a exploração desta riqueza, nesta áreas indígenas, pela nossas mineradoras,ai sim vocês vão ver Roraima ir para o topo,comparo aquela região como superior a nossa aqui em Ourilândia do Norte ,para mim que andei por lá não será surpresa nenhuma.
Com a reserva criada o governo caiu em cima de nós e foi àquela quebradeira,tínhamos assistido a uma explosão de desenvolvimento em Boa Vista e de uma hora para outra vimos à outra face da medalha, “o blefo”. Ele chegou de tal forma que não teve ninguém que não sofre se na pele os horrores provenientes desce decreto, e de outros, que estão impondo em cima dos povos da Amazônia sem dar ao menos o direito de defesa,para aqueles que, já habitavam nestas regiões ,que justiça é esta? Que não reconhece o direito de defesa,para aqueles que chegaram primeiro?
Numa reunião realizada na associação dos garimpeiros,chegamos à conclusão que não restava mais nada,tínhamos que abandonar a área e arcar com todo o prejuízo e quanto mais cedo melhor,pois a policia federal ia cair de pau em cima de nós,como caiu mais tarde.
 Não preciso dizer que foi um se salva quem puder,tratei de salvar oque podia da minha balsa,consegui tirar o motor MWM três cilindros que me havia custado um carro zero,umas mangueiras, o motor de popa e o resto ficou na barranca do rio Urariquera logo na entrada da corredeira da Fumaça,o único lugar que não demos conta de passar devido às fortes corredeira ,se não estaríamos apoitado no porto de Boa Vista.Quem tentou passar por ela, ficou lá mesmo, no fundo do rio,incrível que pareça só havia um, que dava conta ,era um barqueiro vindo de Altamira, acostumado no rio Xingu,ele era o único que dava conta de subir e descer por ela.
Assim metemos o rabo por entre as pernas e tratamos de dar adeus a Roraima,os que ficaram caíram na mão da Federal e foi aquele “taca”,ainda vou contar a estória ,como foi à retirada dos garimpeiros de Boa Vista,Um horror,mais de cinqüenta mil pessoas passando todo tipo de privação, humilhação,fome, e muito desespero.O governo entregou –nos a nossa própria sorte,e não preciso dizer que foi o maior sufoco da historia dos garimpos.
Despedimos em Boa Vista eu pequei meu rumo e ele pegou o dele,e Toninho,prometeu que um dia apareceria em Goiânia para levá-lo para Gurupi. E como tinha acontecido tantas coisa que não acreditava que nunca mais iria vê-lo.Sinceramente não acreditava que ele teria vontade ainda de ir para Gurupi ,tanto foi o nosso prejuízo .
Passaram-se uns meses, já tinha absorvido a aventura e o prejuízo que Roraima me proporcionou,quando alguém bate na porta de meu apartamento,e imaginem vocês quem era?Toninho do Ouro, em carne e osso, levei um susto, não imaginava velo tão cedo, geralmente essas amizades feitas em garimpo acabam cedo, raramente você torna a reencontrar e com Toninho estava sendo diferente, e acreeditem que o melhor da estória estava por vir, vocês vão ver.
Não nego,que fiquei feliz em vê-lo,afinal foram um ano de sofrimento,ilusões,desilusões , como em toda a nossa vida,nem tudo é perdido,restou nossa amizade,e estava ali para cumprir uma promessa de levá-lo para conhecer melhor a nossa querida cidade de Gurupi,donde eu e a minha família participávamos de seu desenvolvimento,tínhamos chegado por lá no tempo em que a Belém –Brasília cortava a cidade pelo meio,Gurupi era uma “curitelinha” de beira de estrada, ali minha família tinha fincado uma sólida base moral,sem duvida meu pai gozava de um prestigio invejável,pela sua conduta de muitos anos no seio daquela sociedade.
Partimos cedo, eu, Toninho, e um amigo dele, foi uma viagem agradável, ele numa camionete Ford semi nova, um chapéu de boiadeiro, no pescoço, e nos braços, quase meio kilo de ouro entre correntes e anéis, isto dava a ele a sua fama de garimpeiro de sorte, e seu apelido, “Toninho do Ouro”. Sem duvida uma figura que chamava a atenção, sem falar, na sua capacidade de envolvimento, de criar sonhos, após dez minutos de papo com Toninho, lá estava você atraído pela sua personalidade. 

E foi assim que aconteceu em Gurupi, após sua entrada triunfal, realizado em um leilão de gado, donde arrematou uma égua quarto de milha, disputadíssima entre a fazendeira da, por um preço que assustou a todos que estava no ambiente, nunca me esqueço que após o arremate, no momento em que foram apresentar o comprador ele levantou da cadeira e acenou para todos, estava feita assim sua apresentação a todos os grandes proprietários presente no recinto, sem falar, no comentário no dia seguinte, afinal todo mundo queria conhecer aquele que havia comprado a égua mais cara que havia surgido em Gurupi, neste dia fiquei brabo com ele, afinal para que? 
Ele havia feito aquilo?Se ele não tinha aonde colocá-la? Ele riu, e me disse fique com ela, ponha na fazenda de seu pai. Afinal faça oque você quiser. Achei aquilo estranho.
Após uma semana, entre churrascos e muita apresentações ele me disse, Niltinho, vou alugar uma casa aqui de preferência perto da casa de seu pai e vou mudar, gostei daqui, isto aqui é um lugar de “futuro”, é como você me dizia.
E foi assim que conheci sua família,os meninos tinham aproximadamente,dez anos e o mais velho,treze anos,sempre foram gordinhos e muito alegres,tinham herdado do pai ,a simpatia,e desde cedo,Toninho punha os dois para cantar e declamar poesias,eu ficava encantado vendo aquelas crianças desde cedo lidando com o publico,não existia nenhuma inibição entre eles, o mais novinho,pela sua pouca idade é que atraia as maiores atenções ,admirava ,aquela fé que Toninho depositava nas crianças,sempre me dizia,Esses meninos vão longe ,você vai ver Niltinho, e o interessante é que eu não via futuro brilhante como Toninho via,as vozes das crianças em formação não eram de chamar atenção,tinha visto muitas crianças iguais aquelas,para mim era mais um pai apaixonado pela sua família.

  
Após sua chegada em Gurupi,Toninho,enturmado no meio dos fazendeiros,iniciou grande movimento de compra e venda de gado,logo,já tinha se tornado um dos maiores negociante do ramo,logo também começou a comprar umas propriedades em volta da cidade,tem um episódio que não me esqueço,foi um tombo que o mais velho levou de um cavalo,estávamos vendo o Toninho filmar uma vacada nelore ,quando ele veio correndo em nossa direção e chegando perto o cavalo deu uma parada brusca e ele saiu por cima do pescoço,vindo a cair bem perto de nós,felizmente o cavalo muito manço e ele que não havia soltado a rédea do cavalo,não se machucou,e foi aquela graça,se não me engano a pessoa que estava filmando conseguiu filmar o tombo.
É,foi assim no meio de muito amor,de muitas brincadeiras pela chácara que Toninho havia comprado que aquelas crianças passaram parte de sua infância.
Após uns anos Toninho resolveu mudar de Gurupi e eu nunca mais os vi. Já morando em Tucumã recebi uma ligação do meu irmão Milton, pedindo para eu comprar um DVD da dupla Cezar Menotti e Fabiano e tentasse descobrir quem seriam, como havia estado em Goiânia quando eles estavam dando um show eu havia notado que aquelas fisionomias não me eram estranha,pela grande aparência com o pai,porem nunca poderia imaginar que seriam os filhos do Toninho do Ouro,justamente aquelas crianças que eu havia conhecido tão bem.
Hoje eu coloco seu DVD para rodar e fico lembrando. Se daquele pai que acreditava no sucesso de seus filhos, não fizesse oque ele fez isto é, apoiar, e investir e acreditar neles tenho certeza que hoje eles não seriam oque são hoje, e isto deve servir de exemplo, para muitos. 
E deixo aqui um pedido, ACREDITEM EM SEUS FILHOS.

Niltinho Piloto
Escrito por nilton-costa1943 às 19h36

Retirado essa matéria do Blog Nilton costa
Fonte:  http://nilton-costa.zip.net/arch2008-11-02_2008-11-08.html