Hoje 04/05 de Maio Tinoco deu adeus a essa vida.
Aqui uma pequena homenagem pra guardamos como lembrança de momentos
únicos e ímpares dele e da dupla Cesar Menotti e Fabiano.
Aqui fotinhas deles juntos na gravação do programa Estrelas com a Angélica.
Parte 1 do programa Estrelas Tinoco, César Menotti e Fabiano
http://www.youtube.com/watch?v=mqN-BYEJxVA&feature=player_embedded#!
http://www.youtube.com/watch?v=Zn2uYc7eQzw&feature=player_embedded
"Hoje encerra uma época na nossa musica. Falta muito pouco pra nossa única fonte pra saber como tudo começou ser somente a literatura. Tinoco"
Nos telejornais de hoje, Tinoco ganha um espaço que não ganhou nos últimos anos de vida. Os números da carreira, as grandes composições, os inesquecíveis sucessos, sua trajetória ao lado de Tonico e a importância da dupla para o estágio atual da música sertaneja deverão ser lembrados nas matérias.
Tinoco parte aos 91 anos de idade _ depois de 76 anos dedicados à música caipira _, com dificuldades financeiras e tendo que trabalhar para sobreviver. Nos últimos tempos eram pequenas apresentações com playback (ou apenas presença contratada em reuniões familiares), consequência direta dos graves problemas em sua audição e uma dificuldade de locomoção que se agravou bastante no final.
A memória continuava em dia, os “causos” eram lembrados com certa facilidade. Claro que a fluência verbal também já não era a mesma, mas de modo geral a saúde parecia bem, sempre levando em conta a sua idade. Tanto que na última quarta (2), o cantor gravou o tradicional programa “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura, comandado pela amiga Inezita Barroso.
Agora, é bem possível que Tinoco receba algumas homenagens, não só dos meios de comunicação. Talvez ganhe uma rua ou praça com seu nome da prefeitura desta capital. Afinal, passou a maior parte da vida aqui, em plena capital paulista, num modesto apartamento na Mooca.
Tinoco vai embora e deixará saudade. Até mesmo sua personalidade forte e geniosa, sempre marcante _ com opiniões sinceras e diretas _ fará falta. Ele é retrato de um Brasil ingênuo, caboclo, onde se trabalhava e ganhava dinheiro de forma honesta. Um país em que as famílias ainda eram unidas e que assinaturas e documentos eram menos valiosos do que a palavra.
Se a memória de Tinoco ia bem, a do povo brasileiro (e meios de comunicação) parece não estar em dia. Tinoco merecia muito mais homenagens, em vida. Ele foi um dos maiores ícones (senão o maior) deste universo sertanejo. A falta de reconhecimento parece ser um defeito comum, incrustada na cultura brasileira. Aconteceu o mesmo em outros segmentos, com nomes de importância ímpar. Foi o caso do sambista Jamelão (que também passou por dificuldades financeiras no final da vida) e de Raul Seixas, sendo o último um caso pitoresco e triste, em que o personagem passa de “maldito” a “gênio” de forma tardia.
Se fosse lá fora, com certeza, Tinoco seria reverenciado como um Frank Sinatra ou Nat King Cole. Aqui a dificuldade é grande. Coisas de uma cultura, que tem uma facilidade de formar ídolos em curto espaço de tempo, e se esquece dos valores do passado com a mesma rapidez.
Texto retirado da matéria de Carlos Guerra do Porteira Brasil
http://porteirabrasil.virgula.uol.com.br/index.php/2012/05/o-caipira-tinoco-e-a-sindrome-de-um-pais-sem-memoria/
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