A música sertaneja perde um de seus maiores talentos – e eu, um grande amigo: José Victor da Viola.
Quando vim morar em São Paulo, em meados de 1997, fui apresentado a esse grande artista e logo me impressionei com o talento que tinha pra tocar viola, compor e cantar. Ele era uma pessoa diferente, uma figura única.
Pouco tempo depois, passamos a morar juntos em uma quitinete no centro de SP. Passei a ser sua sombra, onde ele ia eu ia, passei a ser um discípulo. Queria ser como ele, passei a prestar atenção na forma como ele tocava e comecei fazer igual. Tinha muito orgulho quando estava tocando viola em algum lugar ou gravando em algum estúdio e alguém dizia: “Você toca igualzinho ao Zé Victor”. Isso pra mim era uma honra.
José era um poeta, até hoje me arrepio declamando sozinho suas letras, nunca vi alguém compor com tanta facilidade. Parávamos em um balcão de bar, e dez minutos depois ele tinha uma letra maravilhosa pronta.
A perda desse amigo me fez repensar a vida, quantas coisas eu gostaria de ter falado a ele, quantos projetos gostaria de ter feito junto com ele.
Mas a vida tem que continuar, e a dor o tempo ameniza, mas não apaga. A última vez que estivemos juntos pessoalmente foi no meu aniversário deste ano, quando ele me fez uma surpresa: uma homenagem musical diante dos convidados ali presentes.
Fica aqui minha homenagem ao amigo poeta com quem aprendi quase tudo do pouco que sei de viola, cantoria e poesia.
César Menotti
Um comentário:
Esse ai faz mta falta, não só pelo talento, mas tbm pela pessoa incrivel que era!
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