31 janeiro 2011

Batalha de menino de 3 anos por transplante de medula motiva convocação de voluntários

Arthur,com os pais Júlia e Guilherme: 
luta e mobilização que podem ajudar pacientes em todo o país.

O pequeno Arthur de Morais, de 3 anos, tem pressa. Sem nem desconfiar, o menino tem uma batalha dura pela frente e, para vencê-la, precisará de um exército solidário. Quanto mais gente se alistar, maiores as chances de ele sair vitorioso. Há um ano e um mês, esse herói tem enfrentado maratonas de quimioterapia e internações para combater a leucemia linfóide aguda (LLA), a mais comum na infância. Apesar de o tratamento ter lhe trazido bons resultados, há poucos dias a doença voltou. Desta vez, enfrentá-la é um pouco mais difícil: será preciso um transplante de medula. Em Minas, outras 37 pessoas esperam por esse procedimento. A boa notícia é que o cadastro nacional e internacional de doadores tem aumentado no país, que já tem 2 milhões de pessoas interessadas em doar. No ano passado, 75 mineiros conseguiram o transplante.


Ciente de que a probalidade de que o filho encontre um doador compatível é de um para cada 100 mil, o pai de Arthur, o produtor artístico Guilherme de Morais Domancio Rodrigues, decidiu entrar de corpo e alma nessa batalha. “Desde que soubemos da doença dele, vivemos em um entra e sai de hospitais. Somos de Patos de Minas (Alto Paranaíba), mas viemos tratá-lo no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG). Durante um ano e um mês de tratamento, ficamos sete meses em hospitais. Quando achávamos que a cura estava próxima, ele teve uma infecção que sinalizou a volta da doença”, conta Guilherme. Atualmente, Arthur está internado no HC.

Para multiplicar a chance do filho de encontrar um doador, o pai não se cansa nem poupa esforços. “Mandei e-mails para meus amigos. Depois, comecei a usar a rede social, pedindo às pessoas que fizessem o cadastro para serem doadoras de medula óssea”, conta. 
 
Como já trabalhou com dezenas de artistas mineiros, Guilherme decidiu ir além nessa campanha. Com recursos próprios, tem gravado vídeos com grupos como Jota Quest, a banda 14 Bis e a dupla César Menotti e Fabiano, em que os famosos estimulam os fãs a tornarem-se doadores voluntários, explicando como funciona o cadastro.

“A intenção é que o vídeo seja divulgado nos intervalos de shows do Chevrollet Hall. A nossa causa é em benefício de todos os que precisam. Não quer dizer que haverá entre os doadores algum compatível com meu filho, mas poderá beneficiar outro que também está à espera”, afirma, dizendo que é preciso pressa.

Uma conquista já foi alcançada. Mobilizado pela causa, um grupo de voluntários, chamado Força do Bem, disparara convocações pela internet, chamando os internautas a se cadastrar no Hemominas, na próxima segunda-feira, quando pelo menos 100 pessoas devem se apresentar. O procedimento é extremamente simples. Segundo a chefe de Coleta Externa do Hemominas, Deborah Carvalho, para integrar o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) basta ser maior de 18 anos e menor de 54 anos. (veja quadro).

Transplante

Deborah conta que muitos se enganam, temendo a doação. “Temos medula óssea em todos os ossos do corpo, mas a concentração maior é nos ossos da bacia. Por isso, quando o doador é compatível com alguém é feita a retirada de sangue dessa região. O procedimento dura apenas 40 minutos e os riscos são praticamente nulos”, garante.

Segundo ela, o Hemominas é responsável pelo cadastro de doadores e, a cada ano, a solidariedade aumenta no estado, que já tem 250.557 mil inscritos. Atualmente, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), há em todo o país, 1,2 mil pessoas à procura de um doador. Por ano, são feitos, em média, 1,8 mil transplantes.

Saiba mais

Para se integrar ao cadastro de doadores, é preciso: 

-Ter entre 18 e 54 anos, boa saúde e não apresentar doenças infecciosas ou hematológicas

-Apresentar documento oficial de identidade, com foto

-Preencher ficha de identificação e termo de consentimento

-Colher uma amostra de sangue com 5ml, para fazer o exame HLA (antígenos leucocitários humanos), que irá determinar as características genéticas necessárias para a compatibilidade entre doador e paciente. O resultado será cadastrado no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), vinculado ao Instituto Nacional do Câncer

Constantemente, há cruzamento de dados entre os dados do Redome e dos pacientes. Em caso de compatibilidade, o doador é convocado para exames complementares e para concretizar a doação

Para se cadastrar em Belo Horizonte:

Hemominas
Alameda Ezequiel Dias, 321, Centro – (31) 3248-4515/ 3248-4516

Por:
Publicação: ESTADO DE MINAS
http://renataaspra.blogspot.com/2011/01/batalha-de-menino-de-3-anos-por.html

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