das duplas sertanejas,muito já se ouviu falar desse atual dilema
"Sertanejo Universitário",já foram alvo de elogios,criticas de
dupla famosa e até mesmo no decorrer do ano de 2008 apareceram
várias duplas novas nesse segmento,que aderiram ao novo estilo de CM&F
e o dilema ainda vai render muito pelo jeito.
Algumas duplas aceitaram esse rótulo, outras críticaram e ainda críticam. Na minha opinião o Sertanejo vai continuar sempre sendo o mesmo. Sendo universitário ou não, o Sertanejo sempre vai abrigar admiradores, o importante não é o rótulo, o importante é o talento próprio de cada dupla.
Existem aqueles que dizem que o estilo da música mudou, com estilo novo ou não, é sertanejo do mesmo jeito, com críticas ou elogios, a música caipira vai continuar no coração de todos nós.
Vcs já provaram o seu potencial, conquistaram seus fãs e o sucesso, hoje os universitários são muito importantes para as duplas sertanejas, como vc mesmo admitiu "os universitários são um público importante e que respeitamos muito" , Ninguém pode julgar o trabalho feito por vcs através de um rótulo que surgiu derrepente.
Eu pessoalmente sempre tive um pensamento comigo e hoje ele cabe exatamente aqui nessa matéria:
“Fãs seguido do Sucesso é fácil de conquistar ,o difícil mesmo é saber manter tanto os Fãs como o Sucesso.”
www.césarmenottiefabiano.com.br
Desde que me entendo por gente sempre ouvi música sertaneja. As pessoas ficavam curiosas por ver uma criança ouvindo Dino Franco & Mouraí, Tião Carreiro & Pardinho, Zé Carreiro & Carreirinho, etc. Aliás, eu só ouvia música raiz!
Quando Carlito e Baduí gravaram “Primavera do amor” meu pai precisou gravar uma fita cassete com a música se repetindo várias vezes de tanto que eu gostava. Depois, fui crescendo e me dedicando cada vez mais a pesquisa sobre música raiz - em breve posto algo expondo meu conhecimento sobre o assunto. Até que um dia, na cidade de Rio Bom/PR, vi um violeiro chamado Nor da Viola tocando, ao vivo na minha frente, arrepiei, chorei, e daí em diante já sabia o que eu queria ser: violeiro.
Passados os anos, eu e o Fabiano que sempre cantávamos em casa resolvemos partir para carreira profissional. Seria hipocrisia eu dizer que somos uma dupla raiz, pois a música que cantamos e um sertanejo que sofreu mutações. Talvez a única coisa que nossa música conserve do sertanejo original seja o fato de cantarmos em dueto. Mas, mesmo não sendo uma dupla raiz, nós temos a raiz no sangue, temos a origem. O poeta Dino Franco em uma de suas canções disse que ‘a música sem raiz é fraca, vulga, e fria’, o que é uma grande verdade. Tenho procurado cada vez mais contribuir para que nosso trabalho venha a ser cada vez mais verdadeiro.
Volta e meia cria-se um rótulo e exploram, exploram e exploram até que ninguém mais consiga ouvir falar neste assunto. E é o que eu infelizmente tenho visto acontecer com alguns artistas, através do tal ‘Sertanejo Universitário’. Vou contar um pouco da nossa história pra vcs entenderem.
Eu e o Fabiano começamos a cantar profissionalmente nos bares de BH e desde o princípio da nossa carreira os universitários foram grandes divulgadores do nosso trabalho. Levamos o sertanejo pra zona sul onde ele não chegava, assim passamos a ter um público que não ouvia música sertaneja, mas que passou a curtir e lotar casas noturnas. O universitário estudava em BH mas muitos não eram daqui e quando iam embora pra suas cidades levavam o nosso trabalho ajudando a ploriferar ainda mais. Enfim, os universitários são um público importante e que respeitamos. Mas, daí até criar-se um rótulo é outra história. Aliás, nem foi um rótulo criado pelos universitários e sim pelos artitas.
Gravamos nosso primeiro DVD “Palavras de amor” e neste trabalho queríamos mostrar pro Brasil exatamente o que as pessoas aqui em Minas Gerais estavam gostando de ouvir em nossos shows: músicas simples, arranjos de violão e acordeom num formato acústico que ainda não tinha sido muito explorado na música sertaneja. Um trabalho mesclado de músicas inéditas e também regravações, que até então também não eram exploradas. O trabalho aconteceu, graças a Deus, daí pra frente virou uma febre regravar e os arranjos simples de violão e acordeom que não tinham muito crédito - já que a maioria dos artistas gostava de arranjos mais bem elaborados com violinos, metais, etc - viraram uma febre também, centenas de duplas fazendo algo muito parecido. Fico feliz por saber que pudemos abrir os olhos de algumas pessoas para algo novo e de certa forma servir de referência para outros artistas.
Mas, ao mesmo tempo fico triste por ver tantos artistas sem estrutura, sem raiz, apenas pegando carona em algo que deu certo e colaborando para a exploração desordenada de um estilo. Entendo que alguns artistas que admiramos dirijam críticas diretas ao nosso trabalho, apesar de que quando lançamos o CD e DVD Palavras de amor só recebemos elogios já que não havia outro trabalho no mesmo seguimento. Mas, agora, parece que ficam com raiva de um movimento e querem nos culpar por algo que não fomos nós que criamos.
Bom, de qualquer forma fica aqui minha opinião sobre o assunto. Sempre seremos uma dupla ‘sertaneja’ sem nos prender a nenhum rótulo. Concordo com a frase cantada por Milionário & José Rico: ‘eu agradeço o progresso que vejo, mas o sertanejo ainda é sertão”. Fica aqui o meu incentivo para as duplas que estão começando: procure algo original e não se prenda aos rótulos, pois eles passam, mas, a originalidade sempre vai existir.
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